quarta-feira, 8 de junho de 2011

Infância na Rede

*Letícia Machado, acadêmica de Jornalismo, VII nível. 


Ontem parei para observar meu irmão de nove anos Henrique.

Ele acordou às nove e meia da manhã, comeu correndo e sentou em frente ao computador.

Preocupei-me com o silêncio dele e subi para espiar o que ele estava fazendo.

Se não tivesse ficado tão preocupada assustada ou sei lá o que, a cena seria até engraçada.

Ele estava sentado com os olhos vidrados no monitor, os fones de ouvido a milhão, pois consegui escutar de longe e o mais inusitado tinha três guias abertas. Orkut, Facebook e Twitter, além do Msn aberto.

Fiquei parada observando e passou um filme em minha cabeça. Ganhei meu primeiro computador aos 16 anos. Internet só podia acessar depois da meia noite, e com muito pensamento positivo para conseguir conectar a bendita discada. Lembro-me até hoje da alegria que foi quando fiz 18 anos e meu pai colocou a tal da ADSL, e assim eu podia navegar durante o dia sem pagar mais caro e tudo era “muito mais rápido” para mim, ou para minha época sei lá. Nesta época, o Henrique tinha a recém 4 anos.

Se ele tinha 4 anos quer dizer que estes cinco anos que passaram, ele usufruiu da internet muito mais do que eu em toda a minha vida. Enquanto ele “lida” com Facebook, Twitter, Orkut, eu nem dou conta de ler e responder meus e-mails.

Ele consegue se comunicar com familiares de outras cidades, informa toda a família do que esta acontecendo, posta fotos inclusive, enquanto a gente sofre de saudade porque “não tem tempo” de se comunicar.

Me irritei com essa conclusão, e me dei por conta que ele da de 10 a zero em mim. Bom, mas se este é o lado bom, a versatilidade, a geração da rede social, a “inteligência computadorizada” qual seria o lado perigoso?

Ele tem nove anos falta exatamente o dobro, para atingir a maioridade, não seria muita exposição para alguém tão pequeno e inocente? Que segurança toda essa rede virtual oferece a este tipo de público?

Será que pais e mães dão conta de fiscalizar o que suas crianças estão fazendo na internet, sendo que muitos nem sabem do que se trata? E os que sabem as vezes não conseguem acompanhar tamanha versatilidade?

Deus proteja nossas crianças antes que caiam na rede de vez.

 

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