Roberto Biluczyk*
Quando se trata de má alimentação, sempre o primeiro a ser culpado é o fast food. Supremo e imbatível. O termo derivado do inglês - comida rápida, ou algo parecido - é sempre responsabilizado pelos quilos a mais da população.
Na minha modesta opinião, há outros fatores que devem ser levados em conta antes de acusar qualquer rede de restaurantes - e mandá-las para a cadeira elétrica. Há uma "trupe do mal" disposta a empurrar a culpa a quem quer se seja. O primeiro deles é o tempo, a rapidez do dia-a-dia, que exige do ser que ele coma em cinco minutos o que deveria ingerir em vinte e cinco. Dessa forma, a sensação de saciedade fica longe de ser aliviada. Querem comer mais e mais. Parece que o espaço estomacal não termina.
A pressa continua inimiga da perfeição. E da alimentação. - Crédito da foto: Tatiane Santi |
Calma, pessoal! Vamos dedicar um tempinho maior às nossas refeições? Ah, mas eu não tenho tempo, você vai dizer. Mas tente, nem que seja só naquele domingo de folga! Faça o teste uma vez que seja. Certamente, o resultado começará a aparecer. Não digo que você deva ficar duas horas à mesa, mas tente ampliar esse happy hour do sistema digestório e quem sabe a felicidade reinará pelos próximos tempos.
Outros traidores são os olhos, que não resistem às guloseimas e quitutes, tão bonitos e atraentes. Não podem ver uma mesa cheia de doces que já insistem em querer. Arruínam qualquer espécie de força de vontade que possa existir. Mas satisfazer os desejos da visão depende muito do cérebro - esse sim, o chefe do bando. Sempre querendo comida e acatando pedidos desesperados do faminto estômago e dos brilhantes olhos.
No entanto, há sempre uma "legião do bem", liderada pela boca, que se fecha sempre que o excesso impera. O estômago que, "de lua", reclama mesmo depois de ter pedido para levar, também faz sua parte na ciranda da alimentação moderada.
Independentemente de culpas ou fatores, a realidade é que comemos demais ou de menos e errado (leia-se: bem longe do correto). E por isso, acabamos sofrendo com males desnecessários. Um problema mundial, que já não é mais "privilégio" somente dos países subdesenvolvidos, atingindo também o mercado de trabalho em geral e as camadas superiores da economia mundial.
* Roberto Biluczyk é acadêmico do VI nível do curso de Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo da UPF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário