sábado, 23 de maio de 2009

Sobrevivendo ao século XXI

Priscila Pedroso


Passa o celular! Passa o celular! Quando vi dois sujeitos se aproximando de mim já percebi logo de cara que estava para acontecer algo ruim e quando ouvi essa frase logo constatei, era um assalto. Comecei a tremer e pensar no que poderia fazer. Os ladrões não estavam armados, mas pensei bem naquelas notícias que assisti pela televisão: “Fulano reage a um assalto e é morto”, “Fulana foge dos bandidos e é brutalmente assassinada”, “Sicrano é gravemente ferido depois de reagir a um assalto”; nem pensei mais no que faria e simplesmente paralisei, já chorando, e minhas pernas e mãos não respondiam mais por mim. Estava muito assustada com tudo aquilo, afinal eu sempre pegava o mesmo caminho todos os dias para casa, mas naquele dia minha única reação com relação aos bandidos foi entregar o celular e logo depois, os dois elementos saíram correndo com meu celular na mão.

No restante do caminho para casa fui pensando em muitas coisas, apesar do susto, nas notícias de televisão e jornais que vejo todos os dias e penso que nada parecido irá acontecer comigo, como a maioria das pessoas pensam e acabam não se prevenindo. Mas para aí! Se prevenir do mundo? Andar pela cidade pensando no que pode acontecer de ruim com você? Daqui alguns anos todos estarão caminhando encolhidos pelas ruas com medo de tudo e sempre pensando no pior.

Chegando em casa contei tudo para minha família e meu pai quis sair atrás dos bandidos, queria encontrá-los de toda forma, mas Deus não deixou ele encontrar ninguém, pois teria sido uma forma de reação ao assalto e sabe-se lá o que poderia acontecer. Comecei a analisar os fatos (o que eu tinha vivido e o que é publicado pela mídia) em relação ao mundo. Surgiram perguntas de como devemos viver nos dias de hoje e como sobreviver no século XXI? As repostas imediatamente vieram à sustentabilidade social do planeta ligadas à violência urbana.

Pensei mais um pouco e pude perceber que esse tipo de violência vem do comportamento agressivo ocorrido em função do convívio urbano e se determina por valores sociais, econômicos, políticos e morais de uma sociedade que sobrevive em meio a desigualdades econômicas absurdas e uma tradição cultural de violência.

Depois de toda reflexão que o assalto me “acrescentou” para a vida, conversei com meu pai e ele percebeu que a atitude de querer ir atrás dos ladrões por vingança foi sem pensar e que poderia ter contribuído contra a sustentabilidade do planeta, que nos dias de hoje em pleno século XXI é extremamente necessária a conscientização da população para o crescimento do planeta e a sobrevivência do mundo.

Para a conscientização da sociedade:

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