Cristiane dos Santos, acadêmica de jornalismo VII nível
Santa Catarina , novembro de 2008, até então considerado um dos lugares mais bonitos do Brasil, mas neste ano não foi o que todos os brasileiros assistiram. Foram cidades inundadas por chuvas torrenciais, tempestades sem hora marcada, mais de 40 cidades sem ter onde colocar a população. Perdeu-se tudo, inclusive vidas.
Agora, quando ligo a televisão, as notícias são quase as mesmas. Pessoas perdendo o pouco que têm, mas desta vez na cidade considerada “terra da garoa”, São Paulo. Será isso castigo da natureza?
A primeira coisa que se houve é “a culpa é do governo”, como se ninguém tivesse compromisso com nada, enquanto a culpa rola pra lá e pra cá, ainda tem aquele grupo de pessoas que acredita que é porque Deus quer.
A culpa não é de ninguém, a comoção é geral, todos querem amenizar o problema. A mídia sendo ela monopólio ou não, dá espaço para as pessoas em meio aos gritos de socorro, choro, desespero, não com intuito de ganhar telespectadores da concorrência, mas pelo fato de que no momento a única maneira de expressão de quem está vivenciando casas desmoronarem todos os dias a qualquer momento é essa.
São tantas coisas para citar, além é claro do trabalho de quem realmente ajuda essas pessoas indo até lá, resgatando mortos e vivos, pobres ou não. Pois é, é assim que tem que ser ou, pelo menos deveria ser, no entanto a ajuda até parece tão fragmentada, perto de todo o caos. A ação do homem está indo de encontro com essa natureza que foi feita para nos servir, mas que tem sua potência e deve ser respeitada.
Aquecimento global, o famoso “efeito estufa”, o próprio asfalto que impede a terra de fazer seu trabalho, um dos que lhe foi designada, sugar o excesso de água no ciclo; desmatamentos, faces inclinadas de montanhas, criadas por construções de estradas, rodovias e até para expansão de cidades, e aí o pior deles, moradores que se instalam em ribanceiras por falta de opção de moradia e de assistência governamentais.
Talvez antes que a catástrofe termine com tudo, deveríamos pensar no limite. Pensar na fronteira que existe entre os homens e a natureza. Até mesmo um simples papelzinho, aquele que se joga de vez em quando no chão, como quem não quer nada, em qualquer lugar.
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