sábado, 5 de dezembro de 2009

O Mundo Irreal

Marcos dos Reis, acadêmico de jornalismo, VII nível.

Estava eu parado na porta do meu prédio quando de repente se aproxima minha vizinha Fernanda, uma morena de 1,80m, cabelos negros como a noite mais fria do inverno gaúcho, olhos verdes como uma mata virgem, com um vestido vermelho que caía como uma luva em seu corpo malhado pelas academias ou pelos professores desta vida.
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Todos adoravam aquela jovem garota com seus 18 anos de beleza e calor, que causava suores nos homens do Edifício Belas Artes, e nas mulheres certo calafrio de medo da Fernandinha, como era conhecida na boca dos “machos” que tomavam uma cervejinha no final da tarde do outro lado da rua no bar do “Seu Zé”.
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Para as garotas dos treze a oitenta anos aquele corpo era um sonho, para muitos, já em seus delírios nas tardes de janeiros com certo calor nos pampas que chegava aos trinta e seis graus, aquilo tudo já tinha sido absorvido como um copo da refrescante loira estupidamente gelada que contrastava com aquela diaba, que esquentava ainda mais os finas das tardes.
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Pego o elevador com ela só para poder estar mais perto e poder sentir seu perfume que tonteava os mas radicais contra esta aberração da natureza em perfeição e simpatia, torcia que aquela máquina de ferro (elevador) pudesse me espremer contra aquela máquina humana que estava a poucos centímetros dos meus dedos assassinos por poder apertar o gatilho do prazer.
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De repente tudo pára e escurece, achei que até meu coração tinha parado. Não, era a luz no edifício que tinha ido. Ó Deus era minha hora de salvar aquela mocinha ou de fazer tudo aquilo que sempre planejava, mas me faltava coragem, ou a lei não permitia. E agora fico parado ou mergulho na escuridão para encontrar o tesouro da terra do nunca onde já mais deixaria de ser uma criança feliz.
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Não demorou muito aquilo tudo, escuto uma voz ao longe, penso rápido “É Fernandinha, que implora pelo seu salvador”. Não, era a voz do segurança do cinema dizendo: “- cara o filme já acabou faz tempo, vai dormir em casa”. Pô Deus! Estava tão perto de realizar meu sonho que era tão real, este tipo de sonho que só cinema faz você sonhar, mas ao acender das luzes tudo não passou de um delírio que custou mais ou menos 10 reais, se tiver pipoca. Mas tudo bem, a vida é dura e real.

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