FELIPE KELLER
Quando estava na quinta série cheguei com grande expectativa de começar o Ensino Fundamental com o pé direito. No primeiro dia de aula praticamente só cumprimentei aqueles que já conhecia de anos anteriores, ou seja, colegas e amigos desde o jardim. Mas havia em torno da turma pessoas novas que não conhecia, nunca ouvi falar e muito menos sabia o nome deles ou delas. Quando entramos em sala de aula a professora se apresentou. Depois de mais o menos vinte minutos de falação dela.
Como a maioria da galera já esperava – Bem agora eu quero ouvir um pouco de vocês. O estranho que ouço esta frase desde a pré - escola e inclusive na faculdade. O momento de maior expectativa pelo menos de minha parte e de meus colegas era ouvir então naquele momento os novos colegas. O primeiro a falar se apresentou com o nome de Rodrigo uma pessoa tímida de pouca conversa, cara fechada, e distraído. Porém mais tarde se tornou o senhor briguento da turma. Era implacável para arranjar briga, mas para falar ou conseguir se esforçar e se ajudar ou ter um amigo na escola, olha era difícil. Como sou uma pessoa calma e bastante paciente eu tentava se aproximar com ele e conversar com o mais novo colega. Confesso que foi bastante complicado até por que meus amigos mais antigos de colégio não viam com bons olhos o mais novo colega. Falavam-me que ele não prestava que era briguento. Enfim estas coisas. Passado certo período de duas semanas, ele começou a mostrar em sala de aula uma certa liderança, quase uma imposição para ser líder, foi bastante estranho a postura dele na terceira semana em comparação ao primeiro dia de aula. Porém o comportamento do mesmo constrangia a turma de certa maneira. E meus colegas pediam para eu conversar com o Rodrigo em relação a seu comportamento e suas falas em sala de aula. Em certa manhã de sexta-feira conheci literalmente a palavra BULLYING na minha vida. A conversa com o Rodrigo seria direta, mas bastante franca, e acima de tudo verdadeira. Passando uns três minutos de um diálogo de homem para homem, e claro não deu outra, o bixo pegou. Primeiro o que seria algo pacifico começou a ficar nervoso, logo depois veio o em pura em pura, e para finalizar fomos para vias de fato.
Bem, é claro que eu não apanhei até por que a diretora interferiu. Provavelmente iria sofrer por isso perante a turma toda onde pensei que fosse reprovar o meu papel reconciliador. Mas o estranho é que a turma toda concordou com o que aconteceu. O fato desta briga no início do ano letivo gerou uma conseqüência à turma inteira passou de ano, mas o briguento ficou mais um ano na quinta série.
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