Álvaro Damini, acadêmico de Jornalismo, VII nível
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Como um outro dia qualquer peguei as chaves do carro, juntamente com o controle do portão da garagem. Estava relativamente atrasado para um compromisso profissional. Manobrei e saí. Mal podia imaginar o que me aguardava nos minutos que se seguiriam.
Consegui andar cerca de 150 metros de forma tranqüila. Me deparei com uma fila de automóveis que não saia do lugar. Mesmo com o semáforo insistentemente mostrando duas, três, quatro vezes a luz verde para seguir. Aquela fila de carros continuava imóvel. Algum tempo depois, finalmente consegui passar o cruzamento. Foi ali que percebi que o pesadelo estava apenas começando.
Era por volta das 6 e meia da tarde de uma sexta-feira. Cheguei na Avenida Brasil, a principal avenida de Passo Fundo. Não fazia muito tempo que a prefeitura havia contratado os serviços de uma empresa para instalação de semáforos novos e controladores de velocidade. Eu fiquei surpreso com aquilo. Apesar de a cidade registrar pequenos pontos de congestionamento, nos horários de pico, aquilo que estava passando já era demais.
Pensei comigo: “calma, logo isso se resolve”. Só que o atraso no compromisso me deixava ainda mais nervoso. Em 5 minutos devo ter andado não mais que 100 metros. Os cruzamentos todos congestionados. Sem um único fiscal para orientar. Motoristas mal educados se atravessando. Som de buzinas insistentes. Olhei pro lado e vi outros motoristas completamente impacientes. Buzinando, falando sozinhos, buzinando de novo...
Liguei o rádio do carro pra tentar descontrair. Não adiantava. Maldita hora que tinha me metido naquele congestionamento. Peguei o celular e liguei para um amigo que certamente deveria estar me esperando.
- Alô! - respondeu ele.
- E aí meu!!! Segura as pontas que estou chegando.
- Cara, estou parado na sinaleira da rodoviária. Ta horrível o trânsito.
- O quê? – falei com a voz alta.
Eu estava a cerca de 50 metros do local sinalizado por ele, talvez com uns dez veículos nos separando. Ao mesmo tempo que senti um alívio, consegui ficar ainda mais nervoso.
Embora não fosse comum para a cidade aquilo já começava sinalizar alguma coisa. Lembrei de uma conversa recente com o diretor da guarda de trânsito da cidade. Ele me contava que o número de automóveis aumentou em 20 mil veículos nas ruas, num período de meia década. Em 2003 eram 70 mil. Hoje são 90 mil veículos registrados no município. Somam-se a isso os que vêm de outras cidades... É a instituição do caos.
- Droga!! Isso não anda. O que eu fiz pra merecer isso?
Dez minutos depois cheguei no local do compromisso. Como outros que lá estavam, não tinha sido o único a chegar atrasado. Entre tantos assuntos, não poderia ser diferente, o do trânsito teve certa predominância.
-Tá difícil – dizia alguém.
- Difícil é apelido – rebatia outro.
Nos dias que se seguiram, embora em escala um pouco menor, de novo enfrentei problemas. O que estará acontecendo com a cidade? Não está preparada pra absorver um fluxo maior de veículos. Rádios, TVs e jornais seguem dando manchetes: “Comissão de Trânsito se reúne”, “Rotas alternativas devem ser criadas”, “Lombadas e sinaleiras já multam infratores”... São diárias essas manchetes. Exaustivas. E o problema do congestionamento na chamada hora do rush não se resolve.
- Não agüento mais som de buzina.
Pior de tudo é que eu também buzino. Mas, por enquanto tomei uma decisão. Saio antes, ou saio bem depois. Chega de ficar estressado. Já basta o estresse diário com outras coisas. Dirigir, pra mim, sempre foi um prazer. Não vai ser agora que vai deixar de ser. Mas por favor...
Consegui andar cerca de 150 metros de forma tranqüila. Me deparei com uma fila de automóveis que não saia do lugar. Mesmo com o semáforo insistentemente mostrando duas, três, quatro vezes a luz verde para seguir. Aquela fila de carros continuava imóvel. Algum tempo depois, finalmente consegui passar o cruzamento. Foi ali que percebi que o pesadelo estava apenas começando.
Era por volta das 6 e meia da tarde de uma sexta-feira. Cheguei na Avenida Brasil, a principal avenida de Passo Fundo. Não fazia muito tempo que a prefeitura havia contratado os serviços de uma empresa para instalação de semáforos novos e controladores de velocidade. Eu fiquei surpreso com aquilo. Apesar de a cidade registrar pequenos pontos de congestionamento, nos horários de pico, aquilo que estava passando já era demais.
Pensei comigo: “calma, logo isso se resolve”. Só que o atraso no compromisso me deixava ainda mais nervoso. Em 5 minutos devo ter andado não mais que 100 metros. Os cruzamentos todos congestionados. Sem um único fiscal para orientar. Motoristas mal educados se atravessando. Som de buzinas insistentes. Olhei pro lado e vi outros motoristas completamente impacientes. Buzinando, falando sozinhos, buzinando de novo...
Liguei o rádio do carro pra tentar descontrair. Não adiantava. Maldita hora que tinha me metido naquele congestionamento. Peguei o celular e liguei para um amigo que certamente deveria estar me esperando.
- Alô! - respondeu ele.
- E aí meu!!! Segura as pontas que estou chegando.
- Cara, estou parado na sinaleira da rodoviária. Ta horrível o trânsito.
- O quê? – falei com a voz alta.
Eu estava a cerca de 50 metros do local sinalizado por ele, talvez com uns dez veículos nos separando. Ao mesmo tempo que senti um alívio, consegui ficar ainda mais nervoso.
Embora não fosse comum para a cidade aquilo já começava sinalizar alguma coisa. Lembrei de uma conversa recente com o diretor da guarda de trânsito da cidade. Ele me contava que o número de automóveis aumentou em 20 mil veículos nas ruas, num período de meia década. Em 2003 eram 70 mil. Hoje são 90 mil veículos registrados no município. Somam-se a isso os que vêm de outras cidades... É a instituição do caos.
- Droga!! Isso não anda. O que eu fiz pra merecer isso?
Dez minutos depois cheguei no local do compromisso. Como outros que lá estavam, não tinha sido o único a chegar atrasado. Entre tantos assuntos, não poderia ser diferente, o do trânsito teve certa predominância.
-Tá difícil – dizia alguém.
- Difícil é apelido – rebatia outro.
Nos dias que se seguiram, embora em escala um pouco menor, de novo enfrentei problemas. O que estará acontecendo com a cidade? Não está preparada pra absorver um fluxo maior de veículos. Rádios, TVs e jornais seguem dando manchetes: “Comissão de Trânsito se reúne”, “Rotas alternativas devem ser criadas”, “Lombadas e sinaleiras já multam infratores”... São diárias essas manchetes. Exaustivas. E o problema do congestionamento na chamada hora do rush não se resolve.
- Não agüento mais som de buzina.
Pior de tudo é que eu também buzino. Mas, por enquanto tomei uma decisão. Saio antes, ou saio bem depois. Chega de ficar estressado. Já basta o estresse diário com outras coisas. Dirigir, pra mim, sempre foi um prazer. Não vai ser agora que vai deixar de ser. Mas por favor...
- Alguém faça alguma coisa!!!
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