Ismael Felipe Hepp, acadêmico de Jornalismo, VII nível
Seu Paulo estava preocupado com sua participação na vida de sua filha Ana, afinal a sua princesinha já estava com sete anos, indo na escola, aprendendo a ler. Parecia que tinha sido ontem que ele reclamava de ter que trocar as fraldas da pequena Ana. Mas o que fazer? Teve uma idéia: já ouvira antes comentários de sua esposa a respeito do novo amor de sua filha - os livros. Que coisa melhor para tal do que a boa e velha historinha antes de dormir?
Preparou-se psicologicamente o dia inteiro. Acordou pensando na empreitada que seria realizada à noite. À tarde passou por uma feira de livros. Cuidadosamente estudou cada banca, cada livro, procurando o perfeito para a pequena Ana. Passando por um livro colorido, com peixes de cores berrantes na capa, veio à sua memória a grande quantidade de seres marinhos de pelúcia que sua filha tinha e também a sua devoção a um filme animado com um peixe perdido, ou algo assim. Tava aí o livro perfeito para ela.
Chegada a tão esperada hora, Seu Paulo acompanhou sua filha ao quarto e começou a leitura do livro. Era uma história interessante até. Sobre um velho peixe e seu neto que saíam pelo oceano, visitando lugares que o velho peixe costumava frequentar quando jovem.
Ao terminar, olhou para a expressão de interesse, com um certo ar de análise, de sua filha, ficando preocupado com sua performance, perguntou:
- O que achou?
- Interessante. Se você gosta de livros desse gênero eu acho que você deveria ler O velho e o mar. Tem uma história interessante a respeito da vida. Você vai gostar papai.
Dito isso, Aninha deu um beijo na testa do espantado pai.
E assim Seu Paulo começou a ler.
Confira a animação de O velho e o mar, de Hemingway, feita pelo russo Alexander Petrov.
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